Uruguai tem maior taxa de contágios de Covid-19 diários do mundo

 Uruguai tem maior taxa de contágios de Covid-19 diários do mundo

O Uruguai, que já foi exemplo no combate à pandemia do coronavírus na América Latina, atualmente tem a maior quantidade de novos casos diários per capita do mundo.

Segundo balanço da agência de notícias AFP, o país registrou cerca de 1.370 novas infecções por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, enquanto nenhuma outra nação superou os 1.000 contágios diários por 100 mil habitantes nesse período —o Brasil tinha 335,65 casos por 100 mil habitantes nesta terça (13).

Na segunda-feira (12), o governo uruguaio registrou o maior número de mortes em 24 horas desde o início da crise sanitária, com 71 óbitos por Covid-19. O país de 3,5 milhões de habitantes já soma cerca de 149 mil infectados e 1.595 mortos pela doença.

O aumento de contágios põe em risco o atendimento no sistema de saúde do país. Segundo um boletim da Sociedade Uruguaia de Medicina Intensiva divulgado na segunda-feira, 77% das UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) do país estão ocupadas. Deste total, 53% são de pacientes infectados com a Covid-19.

Antes exemplo regional por sua bem-sucedida gestão da pandemia, o país vive seu pior momento da crise sanitária. O presidente Luis Lacalle Pou, porém, mostrou-se relutante em endurecer as medidas existentes sob a justificativa de que seu governo não acredita em “um Estado policial”.

O país, que nunca decretou quarentena obrigatória, suspendeu as aulas presenciais pelo menos até maio. Também estão proibidos espetáculos públicos, e alguns escritórios públicos não essenciais estão fechados.

Por outro lado, estabelecimentos comerciais de todos os setores, incluindo bares e restaurantes, permanecem abertos.

Na noite de terça-feira, um forte panelaço pôde ser ouvido em vários bairros da capital Montevidéu pedindo mais medidas para conter os contágios. A convocação foi feita pelas redes sociais, através da hashtag #UruguayCacerolea.

Até o momento, no entanto, a administração parece ter apostado suas fichas em seu programa de vacinação, iniciado em 1º de março.

Segundo dados da Universidade Johns Hopkins (dos Estados Unidos), cerca de 214 mil pessoas receberam as duas doses da vacina, o que representa apenas 6,21% da população do país.

Mais de 1 milhão de doses foram aplicadas e 26% da população recebeu pelo menos uma dose do imunizante —o país comprou vacinas da Pfizer e da chinesa Sinovac, fabricante da Coronavac.

Na semana passada, Lacalle Pou pediu que as pessoas contem pelo menos duas semanas depois da segunda dose da vacina para relaxar as medidas de precaução. “A crença de que só a primeira dose funciona está ajudando na circulação do vírus”, disse ele.

A situação do Brasil também preocupa o governo uruguaio —as duas variantes brasileiras já circulam no país vizinho.

No mês passado, o governo iniciou a vacinação para brasileiros com dupla nacionalidade na fronteira com Rio Grande do Sul. Os imunizantes, entretanto, são destinados apenas a moradores do lado uruguaio, com residência fixa, ou a pessoas que trabalham no país, mas vivem em cidades brasileiras.

Folhapress

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