O processo eleitoral da Venezuela, que escolhe neste domingo quem vai presidir o país nos próximos seis anos, teve ao longo dos últimos meses várias denúncias de regras que favoreceram o presidente Nicolás Maduro, que busca mais uma reeleição. Uma delas está na própria “cédula” eleitoral que vai estar na tela das urnas eletrônicas.
A legislação dita que deve aparecer uma foto do candidato para cada partido da coligação. Com isso, a imagem de Maduro aparece em 13 espaços, sendo que sua foto ocupa toda a faixa superior do cartão eleitoral.
Enquanto isso, o candidato da oposição maioritária, Edmundo González Urrutia, aparece em apenas três das casas.
Dos demais candidatos “independentes” de oposição, Luis Eduardo Martínez figura em seis espaços; Antonio Ecarri em cinco; José Brito em três; Daniel Ceballos em duas; e Claudio Fermín, Javier Bertucci, Benjamín Rausseo e Enrique Márquez aparecem em uma posição.
O processo eleitoral, no entanto tem outros detalhes que levam ao favorecimento do candidato da situação.
A principal líder oposicionista, María Corina Machado, foi impedida de concorrer por determinação da Justiça, que lhe retirou os direitos políticos.
Além disso, das mais de 15 mil seções eleitorais em todo o país, pelo menos 8.000 terão apenas uma urna. Com mais votos sendo depositados em cada urna, esses locais são considerados mais difíceis de monitorar para detectar possíveis fraudes, de acordo com a ONG regional Transparência Eleitoral.O uso das urnas únicas também pode retardar o processo de votação e causar filas maiores, conforme denúncias da oposição.
E, embora milhões de venezuelanas tenham deixado o país nas últimas décadas, fugindo da crise econômica e de perseguições políticas, poucas dezenas de milhares terão direito a voto neste domingo.
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