A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), acompanhou o lançamento do foguete russo Angara-5 e a possível reentrada do seu terceiro estágio no espaço aéreo brasileiro. A jornada ocorreu entre os dias 05 e 11/04.
No dia 05/04, o COMAE recebeu um comunicado do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) informando sobre a possível reentrada do motor de propulsão do foguete Angara-5 no Oceano Atlântico, em uma região sob jurisdição brasileira e sul-africana. Na oportunidade, foi emitido um Aviso aos Aeronavegantes (NOTAM) referente ao evento.
Esse procedimento é comum em lançamentos e visa garantir a segurança das aeronaves, evitando que sobrevoem áreas onde objetos espaciais podem reentrar na atmosfera. Apesar do aumento do número de satélites em órbita e, consequentemente, de objetos reentrando na atmosfera, a maioria desses objetos se desintegra em altitudes elevadas, sem atingir o solo. Para os poucos que chegam ao solo, várias entidades monitoram e identificam as possíveis áreas de impacto, emitindo alertas para a segurança da população.
Com base nas informações recebidas, a Seção de Consciência Situacional Espacial do Centro de Operações Espaciais do COMAE acompanhou todo o processo de lançamento, aumentando a capacidade operacional e implementando procedimentos para situações futuras de reentrada de objetos espaciais.
Segundo o Chefe do Centro de Operações Espaciais (COMAE), Brigadeiro Éric Cézanne Cólen Guedes, a oportunidade demonstra mais uma vez a capacidade da Força Aérea Brasileira no que se refere à Consciência Situacional do Domínio Espacial. “O monitoramento de eventos espaciais e as análises realizadas no COPE evidenciam o trabalho constante da FAB para garantir a segurança dos ativos espaciais brasileiros”, destacou.
A necessidade de eliminar estágios, como motores durante a colocação de satélites em órbita, está relacionada à eficiência e à segurança das operações espaciais. Cada estágio adicionado a um foguete representa peso extra que precisa ser impulsionado, o que demanda mais combustível. Ao eliminar estágios conforme o foguete sobe, ele se torna mais leve e mais eficiente, alcançando altitudes maiores com menos esforço. Isso é crucial para colocar satélites em órbitas específicas de forma precisa e econômica, garantindo que eles atinjam a velocidade e a altitude corretas para sua missão.
O Capitão Engenheiro Felipe de Silvério Arantes, militar do COPE, em coordenação com militares da Joint Commercial Operation (JCO), unidade da Força Espacial Americana, responsável por monitorar atividades espaciais, liderou o evento de lançamento do foguete, analisando e emitindo atualizações sobre o lançamento.
O foguete Angara-5 foi lançado a partir do Cosmódromo de Vostochny, no Extremo Oriente da Rússia, no dia 11/04, com o motor de propulsão caindo no Oceano Atlântico sem representar ameaças às operações aéreas ou marítimas na região.
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