O Exército israelense anunciou neste domingo a localização e identificação dos restos mortais de Mohamed Sinwar, suposto líder do Hamas em Gaza, morto em um bombardeio ocorrido em 13 de maio. Segundo a organização militar, o corpo foi encontrado em um túnel subterrâneo sob o Hospital Europeu de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, próximo a seus pertences pessoais.
“O corpo de Mohamed Sinwar foi localizado no túnel subterrâneo situado sob o Hospital Europeu de Khan Younis”, afirmou o Exército israelense em comunicado oficial. “Durante as buscas nos túneis, foram encontrados vários objetos pertencentes a Sinwar, além de informações adicionais de inteligência que foram encaminhadas para investigação.”
O porta-voz do Exército, general Effie Defrin, detalhou que o cadáver foi encontrado “sob o hospital, logo abaixo da unidade de emergência, em um recinto com várias salas”. A declaração foi dada durante uma visita de jornalistas ao local, escoltados pelas forças israelenses. A identidade de Sinwar foi confirmada por meio de testes de DNA e outras verificações, segundo o porta-voz.
O bombardeio contra o Hospital Europeu de Khan Younis, que tinha como alvo Mohamed Sinwar, resultou na morte de ao menos 28 pessoas, conforme informou a Defesa Civil de Gaza. O fotógrafo Amro Tabash, que presenciou o ataque, descreveu a cena como “absolutamente catastrófica”, destacando o pânico generalizado entre pacientes e feridos, mesmo com a presença da Organização Mundial da Saúde no local, que preparava crianças feridas para deixar a Faixa de Gaza.
A decisão de atacar Sinwar ocorreu um dia após o Hamas libertar o último refém israelense-americano vivo, Edan Alexander, em negociações mediadas pelos Estados Unidos. Na época, analistas interpretaram o ataque como uma tentativa de Israel de eliminar o principal tomador de decisões do Hamas, figura essencial para qualquer possível acordo futuro.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia afirmado em 28 de maio que o Exército havia matado Sinwar. Desde o início do conflito, Mohamed permanecia escondido. Em dezembro de 2023, as Forças Armadas israelenses divulgaram imagens que mostravam o líder transitando por um túnel do Hamas em Gaza. Em fevereiro de 2024, afirmaram ter localizado seu escritório na região oeste de Khan Younis.
Mohamed Sinwar é irmão de Yahya Sinwar, também morto pelas forças israelenses em outubro de 2024. Yahya era considerado o principal arquiteto do ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra em Gaza. Na época, ele era chefe operacional do Hamas e, após a morte de seu antecessor, Ismail Haniyeh, em um atentado no Irã, tornou-se líder geral da organização.
Especialistas indicam que Mohamed Sinwar provavelmente assumiu o comando do braço armado do Hamas, as Brigadas Ezedin al-Qasam, após a morte de Mohamed Deif, comandante militar do grupo, em agosto de 2024. Israel tentou assassinar Deif pelo menos sete vezes antes de confirmar sua morte no ano passado.
Observadores também estimam que, após o assassinato de vários altos comandantes do Hamas desde o início da guerra, Mohamed Sinwar esteve envolvido nas decisões sobre negociações indiretas com Israel, a questão dos reféns e a gestão do braço armado do grupo.
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